Thursday, November 3, 2011

Bolacha Maria










Fim de tarde. Frio.

Sentei-me a comer bolachas molhadas em leite quente.
Devolvo o conforto que há muito recebi e ouço o som das bolachas partir nos teus dentes de leite.
Estás Feliz!.

As lágrimas, evito.
Para que não saibas que quando cresceres comerás bolachas, Triste.

Sinto a tua falta.
Falta de ser eu naquela cadeira, para que me ouças mordê-las.
Para que me consoles Infinitamente...

Só tu me consolaste infinitamente,
quando me davas água fresquinha ou trazias botijas de agua quente no Inverno humido.
Auguinha Filha! Queres Auguinha?
E eu queria. E já de te olhar me sentia fresca.

Já não posso comer bananas compradas a vendedoras de rua a caminho do autocarro.
Ou castanhas, a estalar quentes nas tuas mãos grossas.

Tudo o que revivo me dilacera porque já não te tenho.
Parece que te espero como se pudesses ainda salvar-me
Sempre me salvaste não é?

AML

4 comments:

  1. tens muito potencial! devias dedicar-te à escrita, sabias? queres fazer um projecto a meias? falas da mãe da tua mãe?

    ReplyDelete
  2. This comment has been removed by the author.

    ReplyDelete
  3. This comment has been removed by a blog administrator.

    ReplyDelete
  4. Obrigada. Sim claro que quero. Falo DELA, mas como é difícil falar ESCREVO DELA.

    ReplyDelete